MICHEL FOUCAULT E A
ESCOLA DE FRANKFURT: REFLEXÕES A PARTIR DA OBRA CRÍTICA DO PODER, DE AXEL
HONNETH
HILÁRIO, Leomir Cardoso; CUNHA, Eduardo Leal
Resumo
O objetivo deste artigo é analisar os elementos
centrais da crítica realizada por Axel Honneth ao pensamento de Michel
Foucault, em Crítica do Poder, articulando-a com sua análise da obra do
chamado "círculo interno" da Escola de Frankfurt, principalmente
Adorno e Horkheimer. Dessa maneira, entende-se que Honneth opera uma
aproximação do pensamento foucaultiano à tradição crítica frankfurtiana, com
ênfase em deficiências comuns que apontam para uma filiação entre os autores e,
ao mesmo tempo, para sua insuficiência na análise da sociedade contemporânea.
Tal leitura, contudo, em que pese sua inovação em pôr lado a lado Foucault e
Habermas enquanto desenvolvimentos rivais da Teoria Crítica, é limitada
tanto cronologicamente, por não levar em consideração a reorientação realizada
por Foucault, a partir de 1978, quanto por identificar problematicamente as
noções de poder e dominação. Essa limitação não inviabiliza, entretanto, manter
o gesto de convergência entre o pensamento foucaultiano e a Escola de
Frankfurt, pensando-o através de uma via positiva, que não se restrinja às
limitações das suas ferramentas críticas, mas que, ao contrário, ao focalizar a
radicalidade de tal crítica, torne possível destacar a sua atualidade.
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