ANTROPOLOGIA VISUAL, PRÁTICAS ANTIGAS E NOVAS PERSPECTIVAS DE INVESTIGAÇÃO
RIBEIRO, José da Silva
Resumo: A antropologia visual nasceu em meados do século XIX com a "era da
reprodutibilidade técnica" e da expansão industrial. Como se reformula
hoje, na era da globalização e da transformação digital, essa disciplina
ou convergência disciplinar? Voltada inicialmente para a documentação e
preservação de práticas culturais ameaçadas, a antropologia de
urgência, como se transformou ao longo do tempo em formas narrativas
visuais, sonoras, audiovisuais e, mais recentemente, digitais? Orientada
em primeiros passos para alimentar e enriquecer as coleções dos museus,
como passa hoje por meio de múltiplas formas e suportes para o espaço
público à procura de novos espectadores/atores (ou públicos)?
Inicialmente instrumentação que pareceria garantir a objetividade,
atribuindo-se-lhe o estatuto de tecnologia de pesquisa ou mesmo de
auxiliar de pesquisa, como se confrontou com novos paradigmas
epistemológicos ou se antecipou a eles? Voltada sobretudo para o registo
das técnicas materiais e rituais e depois para as palavras e as
sonoridades, como se orienta hoje no âmbito de novos objetos de estudo
como a antropologia da arte, a antropologia do design, a cultura
visual em contextos de processos acelerados de transformação social e
cultural? Acrescentamos ainda mais duas perguntas às inquietações que
nos fazem refletir sobre essa temática: como se repensa atualmente a
antropologia visual no âmbito da antropologia? O que fazer com a
antropologia visual hoje? Procuraremos traçar algumas formas de práticas
antigas que adquirem nova e maior pertinência na era atual (trabalho
com os arquivos, a memória, a relação entre o passado e o projeto, os
objetos, a cultura material) e perspectivar novas oportunidades, novas
práticas, novos objetos de estudo.
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